4ª Meia
Maratona Volta da Ilha de Vitória
Caros amigos corredores, fiquei muito contente em fechar o
ano de treinos com uma Meia Maratona, em uma expressão: é fantástico!
Antes de tecer algum comentário sobre a Meia de Vitória em
si, preciso esclarecer dois pontos: primeiro,
como escrevi no subtítulo deste blog, meu objetivo é contribuir com a arte de
correr (alguém dúvida que além de tudo que podemos dizer que a corrida é, dizer
que é uma arte é válido?); e, segundo, não vou deixar de expressar aquilo que
penso ser o certo (como disse, também no subtítulo, “longe de mim ser perfeito”),
diante disso, a crítica que farei
tem o puro objetivo de melhorar o esporte (cabe esclarecer que se tornou
popular as pessoas dizerem: - “olha, vou
fazer uma crítica, mas uma crítica construtiva...” isso é errado, não
existe crítica construtiva ou o seu contrário, crítica é crítica e ponto. Sem me alongar, a palavra crítica tem origem no
grego e ao ser usada na língua portuguesa, ela se adéqua ao fato de “alguém ser
apto de fazer um julgamento”. Ora, se alguém é apto em fazer julgamento, então
esse alguém o faz para o bem e não o inverso e por aí vai, não cabe aqui ficar
dando aula de semântica, direito ou filosofia, esta última sou suspeito para
falar e acho que vocês me entenderam).
O motivo pelo qual fiz vocês perderem tempo lendo o parágrafo
anterior, deve-se ao fato de que no início do ano, quando fizemos a Maratona de
Revezamento, mandei um e-mail para a empresa que promoveu o evento, fazendo
críticas e recebi um feedback que demostrou que não gostaram nem um pouco, queriam até me passar a bola
(hehehe), sem comentários. Pois bem, como sei que este texto poderá ser lido
por qualquer pessoa, não somente nosso grupo de corredores, então, faço questão
de esclarecer esses detalhes.
Sem mais rodeios, ora bolas, vamos a Meia!
Começando do começo. A 4ª Meia Maratona surgiu meio que no
susto, pois várias pessoas achavam que ela nem fosse mais acontecer, mas como o
prefeito de Vitória disse em claro e em bom tom para os corredores da Corrida
do Zumbi que haveria a Meia de Vitória, não poderia deixar de ocorrer, afinal de
contas, em matéria de política, se prometeu, tem que cumprir (quem dera se a
realidade fosse sempre essa). Mas por ter demorado tanto em se bater o martelo,
as coisas aconteceram em desabalada carreira, em um dia abre as inscrições, em
menos de quinze dias se encerra, tudo no corre-corre e isso não é e não foi
nada bom. Por exemplo, no primeiro dia de inscrições, fui à loja da Ranking no Shopping
Praia da Costa para fazer minha inscrição (afinal de contas estava limitada a
2.000 participantes e quem correu a corrida da Vale, sabe como as inscrições
acabaram rapidinho) e o pessoal de lá nem sabia que ali seria lugar para
inscrições. Sem mais comentários sobre esse item, acabei por fazer no site da
ativo.com.
Seguindo, a entrega do kit (modesto) aconteceu conforme
estava previsto no regulamento (no Tancredão, que foi inaugurado naquele dia), o
acesso ao salão onde aconteceu a distribuição foi bem orientado com placas, nas
janelas havia listas em ordem alfabética para que o atleta achasse seu número e
pudesse apanhar o kit no balcão. Chegando ao balcão, havia camisetas regatas da
prova penduradas nos quatro tamanhos (P, M, G e GG) para que ninguém se enganasse
e quisesse ficar experimentando em cima do balcão e congestionando a entrega (atitude
muito boa, por sinal), mas o tecido da camiseta deixou a desejar, esse ano, só
não perdeu para a Corrida das Óticas Guarapari (diga-se de passagem, que era
uma verdadeira lixa em formato de camiseta). Outro detalhe que me chamou a
atenção foi os cartazes que colocaram com os dois percursos, quem fez a arte do
cartaz, não se preocupou com o itinerário, somente em riscar uma linha verde
com mais ou menos a direção da corrida, ora, com os recursos grátis que o
Google Earth ou Google Maps disponibilizam, fazer um rabisco daqueles demonstra
pouco caso.
Vamos em frente, a prova finalmente (rimou hehehe). Chegando ao local
previsto para largada (parecia mais uma zona de guerra), devido às obras no
local, a largada foi empurrada mais ou menos uns 700 m para frente e não os 300
m que o staff estava informando, com isso largamos numa subida (tem cabimento
isso? E não venham me dizer que não sabiam das obras, pois há meses que o local
está em obras, ou seja, bem antes de se decidir pela realização da prova), mas
antes da largada, vamos falar mais um pouco do local, era totalmente
inadequado, a área estava mal e porcamente interditada, quem quisesse se
aquecer tinha que usar ruas transversais que não estavam interditadas, uma
verdadeira bagunça. E os banheiros químicos (quem me conhece sabe que não chamo
esse negócio de banheiro químico, para mim, é um PINICÃO que, por vezes, nem
químico não é, ainda bem que o sol não tinha mostrado seus poderosos raios, até
a porta de um deles caiu no chão, e esse é o país que tem o descaramento de
sediar, daqui a 2 anos e meio, uma Copa e, daqui a 4 anos e meio, uma Olimpíada,
parece piada isso) que deveriam ser colocados afastados da área de concentração
para a largada, entretanto, dividiam espaço com os atletas na largada. Pensei,
meu Deus do céu, onde está a Federação de Atletismo do Estado? Mas ainda não
acabou o dilema da largada, não. Quando deu 7h15, eu pergunto: Por que não
houve a largada dos atletas com necessidades especiais? Na chegada eles foram
premiados, então por que não largaram conforme previsto no regulamento? Isso é
um total desrespeito.
Agora sim, vamos para a corrida. Pelo menos a largada foi no
horário e subindo a ladeira do Saldanha da Gama, logo de cara, a placa do 1º km
estava em torno de 260m à frente do previsto (como corri com Garmin com GPS, a margem de
erro era de 14 m, então, com certeza não estava no lugar certo. E a partir daí,
todas as placas estavam erradas, parece difícil acertarem esse negócio de
placas nas corridas capixabas, hein! Justiça seja feita, exceto a Corrida da
Garoto).
Continuando, chegou o primeiro ponto de hidratação, conforme
o previsto no 3º km, um pouquinho só à frente, e assim seguiu nos próximos
também, flutuando um pouco para lá, um pouco para cá, mas estavam logo depois
das placas de 3, 6, 9, 12, 15 e 18 km, havia água gelada e quente em todos os postos.
Agora, respondam uma curiosidade minha: - Será tão caro colocar uma garrafinha
de 500 ml de isotônico no 12º km? (Vamos fazer as contas rapidinho: para 2.000
atletas, se nenhuma marca de isotônico quiser patrocinar o evento, nem que seja
parcialmente, o mais caro que vai se comprar uma garrafa dessas deverá ser,
estourando, R$2,00. Fazendo as contas e não esquecendo que foi distribuído
isotônico na chegada, serão gastos R$4,00 por atleta, o que dá um resultado de
R$8.000,00, será que a prefeitura de Vitória, na pessoa do secretário de
esportes não pensou em cobrar isso da empresa que ganhou a licitação para
realizar o evento, afinal de contas, um secretário de esportes e sua assessoria
são profundos conhecedores da área que estão atuando – ESPORTES – e sabem disso,
ou será que estou enganado. Ah! Sim, isso é Brasil, estava quase me esquecendo
que quem exerce cargo público, ainda mais cargo de confiança, como é um cargo
de secretário de governo, nem sempre é qualificado, quanto mais seus assessores.
Foi mal! Cadê a Federação de Atletismo do Espírito Santo novamente? Eu vi gente
com a camisa dela na chegada, hein!) Ainda bem que levei meu cinto de
utilidades, digo, de hidratação e com isotônico.
Como era de imaginar, seria preciso ajustar a distância por
causa da largada e, pelo visto, fizeram o ajuste entre o 4º e 5º km, adentramos
na área do Sambódromo e chegando ao final, fomos empurrados mais um pouco a
frente, até uma rotatória e voltamos, o detalhe que me chamou a atenção foi que
o local do retorno não tinha o tapete para detecção do chip, provavelmente esse
tapete estava no local onde deveria ter sido planejado inicialmente, se não tivessem
mudado a largada de lugar, sendo assim, quem me garante que alguém não cortou
caminho? Será que eu cortei? Ou você que está lendo? Complicado, hein!
O restante do percurso era conhecido do ano anterior, sem
precisar entrar na ilha do frade – óbvio que nem previsto estava este ano no
regulamento – mas as placas de quilometragem continuavam TODAS fora do lugar
(efeito dominó). Pude ver o serviço médico com motos em ação, dando suporte, mais ou menos no 18º km, a um atleta que estava passando mal, em seguida, uma ambulância passou e acredito que foi feito o resgate desse corredor, isso foi um ponto muito bom, inclusive, durante toda a corrida pude ver essas motos rodando para lá e para cá. Depois que passei o 20º km, avistei rapidamente o pórtico de chegada,
olhei para o relógio, mas ainda faltava muito para ele parecer tão perto e, como
era o esperado – afinal de contas ainda não tenho problema de vista, nem estava
tão desidratado assim para ver uma miragem – passei na chegada com 20.890
metros da largada marcado no Garmin (acessem no site Garmin Connect).
Mais uma vez fazendo as contas, diminuindo ou aumentando os 14 metros de margem
de erro, o resultado não chega nem de perto dos 200 metros que faltavam. Na
verdade, se as placas estavam 260 metros a frente da posição prevista, logo, a
chegada deveria estar 260 metros mais os 200 metros que faltavam no Garmin, um
total de mais de 500 metros a frente do controle de quem realizou o evento. Ainda
mais que quando corro uma prova, procuro tangenciar nas curvas, por exemplo, na
altura do Clube Pedro Álvares Cabral, muitos estavam indo para a sombra na
calçada e ao lado do muro do clube e eu não, eu estava torrando os miolos no sol, passando rente aos cones
no meio da avenida, sendo assim, se a marcação estivesse certa (e eu errado)
era para dar a distância prevista, caso contrário (se eu quisesse sombra) era
para dar mais que o previsto e não ao contrário como aconteceu.
Finalizando, passei na chegada e respirei, andei para lá e
para cá, e fui voltando parcialmente a calma, ao sair da área cercada da
chegada, recebi um kit de lanche de boa qualidade (maçã, isotônico –queeeeeeeeente
-, água – essa estava gelada – e um suco de caixinha – queeeeeeeeeeente), mas
que poderia ser melhor, juntamente com a medalha. Cabe um comentário: na arte
de entregar a medalha, para alguém que se dispõe a correr, qualquer prova,
existe uma diferença enoooooooooorme (desculpem exagerar nesses recursos “internéticos”
para chamar atenção) entre dar a medalha e entregar a medalha, colocando no pescoço
do atleta, é uma questão de respeito. Agora, justiça seja feita com as Óticas
Guarapari, a camisa foi aquela lixa que falei, mas a entrega das medalhas foi a
melhor de todas as corridas que participei. Diziam os Staffs das Óticas Guarapari: “Parabéééééns!” (e ao mesmo tempo
colocavam a medalha no pescoço).
Minha nota
para a 4ª Meia Maratona Volta da Ilha de Vitória foi 5,6 (olha que
eu arredondei para cima), como gosto de estatísticas, fiz uma fórmula baseada
no meu “achismo”, com os seguintes
critérios de avaliação: para cada item faço uma menção (R – ruim, B – bem, MB –
muito bem e E - excelente), cada uma somando 2,5 pontos com a anterior, depois é somado
com os demais itens e dividido por 26 (é 26 por causa da soma dos pesos),
enrolado isso não acham? Mas como disse, é o meu “achismo”. Aproveitei para colocar a nota do lado logo de uma vez,
se alguém não entender eu mando por e-mail o desenho da fórmula (hehehe).
1.
Divulgação (peso 1); B
2.
Inscrição (peso 1); B
3.
Entrega do kit da corrida (peso 1); E
4.
Kit da corrida (peso 2); B
5.
Largada (peso 2); R
6.
Hidratação (peso 3); B
7.
Marcação da quilometragem (peso 2); R
8.
Assistência médica (peso 3); E
9.
Serviço de Staff (peso 2); B
10.
Chegada (peso 2); B
11.
Área de dispersão (peso 2); MB
12.
Kit de hidratação pós-corrida (peso 3); B
13.
Premiação e medalhas (peso 2). B
Amigos corredores ou não, obrigado pelo tempo que gastaram
lendo este texto, como disse, minha ideia é contribuir sempre para a melhora de
um dos mais democráticos esportes do mundo: a corrida.
Um pedido: aqueles que queiram fazer comentários nas redes
sociais, antes façam aqui no blog, depois compartilhem nas redes, pois nem
todos acessam a mesma rede. Quero deixar claro, que não excluirei nenhum
comentário, mesmo aqueles que queiram me criticar, mas se houverem comentários que
ofendam pessoalmente a minha pessoa ou qualquer outra que faça comentários aqui,
esse tipo de comentário farei questão de excluir.
Marcelo Zani
Garcia
Corredor
Amador e dependente químico de endorfina.
P.S.: Até o final da semana
publicarei, para quem interessar, como foi minha corrida km a km e mais alguma
coisa. Aguardem!