segunda-feira, 19 de dezembro de 2011


4ª Meia Maratona Volta da Ilha de Vitória

Caros amigos corredores, fiquei muito contente em fechar o ano de treinos com uma Meia Maratona, em uma expressão: é fantástico!

Antes de tecer algum comentário sobre a Meia de Vitória em si, preciso esclarecer dois pontos: primeiro, como escrevi no subtítulo deste blog, meu objetivo é contribuir com a arte de correr (alguém dúvida que além de tudo que podemos dizer que a corrida é, dizer que é uma arte é válido?); e, segundo, não vou deixar de expressar aquilo que penso ser o certo (como disse, também no subtítulo, “longe de mim ser perfeito”), diante disso, a crítica que farei tem o puro objetivo de melhorar o esporte (cabe esclarecer que se tornou popular as pessoas dizerem: - “olha, vou fazer uma crítica, mas uma crítica construtiva...” isso é errado, não existe crítica construtiva ou o seu contrário, crítica é crítica e ponto. Sem me alongar, a palavra crítica tem origem no grego e ao ser usada na língua portuguesa, ela se adéqua ao fato de “alguém ser apto de fazer um julgamento”. Ora, se alguém é apto em fazer julgamento, então esse alguém o faz para o bem e não o inverso e por aí vai, não cabe aqui ficar dando aula de semântica, direito ou filosofia, esta última sou suspeito para falar e acho que vocês me entenderam).

O motivo pelo qual fiz vocês perderem tempo lendo o parágrafo anterior, deve-se ao fato de que no início do ano, quando fizemos a Maratona de Revezamento, mandei um e-mail para a empresa que promoveu o evento, fazendo críticas e recebi um feedback que demostrou que não gostaram nem um pouco, queriam até me passar a bola (hehehe), sem comentários. Pois bem, como sei que este texto poderá ser lido por qualquer pessoa, não somente nosso grupo de corredores, então, faço questão de esclarecer esses detalhes.

Sem mais rodeios, ora bolas, vamos a Meia!

Começando do começo. A 4ª Meia Maratona surgiu meio que no susto, pois várias pessoas achavam que ela nem fosse mais acontecer, mas como o prefeito de Vitória disse em claro e em bom tom para os corredores da Corrida do Zumbi que haveria a Meia de Vitória, não poderia deixar de ocorrer, afinal de contas, em matéria de política, se prometeu, tem que cumprir (quem dera se a realidade fosse sempre essa). Mas por ter demorado tanto em se bater o martelo, as coisas aconteceram em desabalada carreira, em um dia abre as inscrições, em menos de quinze dias se encerra, tudo no corre-corre e isso não é e não foi nada bom. Por exemplo, no primeiro dia de inscrições, fui à loja da Ranking no Shopping Praia da Costa para fazer minha inscrição (afinal de contas estava limitada a 2.000 participantes e quem correu a corrida da Vale, sabe como as inscrições acabaram rapidinho) e o pessoal de lá nem sabia que ali seria lugar para inscrições. Sem mais comentários sobre esse item, acabei por fazer no site da ativo.com.

Seguindo, a entrega do kit (modesto) aconteceu conforme estava previsto no regulamento (no Tancredão, que foi inaugurado naquele dia), o acesso ao salão onde aconteceu a distribuição foi bem orientado com placas, nas janelas havia listas em ordem alfabética para que o atleta achasse seu número e pudesse apanhar o kit no balcão. Chegando ao balcão, havia camisetas regatas da prova penduradas nos quatro tamanhos (P, M, G e GG) para que ninguém se enganasse e quisesse ficar experimentando em cima do balcão e congestionando a entrega (atitude muito boa, por sinal), mas o tecido da camiseta deixou a desejar, esse ano, só não perdeu para a Corrida das Óticas Guarapari (diga-se de passagem, que era uma verdadeira lixa em formato de camiseta). Outro detalhe que me chamou a atenção foi os cartazes que colocaram com os dois percursos, quem fez a arte do cartaz, não se preocupou com o itinerário, somente em riscar uma linha verde com mais ou menos a direção da corrida, ora, com os recursos grátis que o Google Earth ou Google Maps disponibilizam, fazer um rabisco daqueles demonstra pouco caso.

Vamos em frente, a prova finalmente (rimou hehehe). Chegando ao local previsto para largada (parecia mais uma zona de guerra), devido às obras no local, a largada foi empurrada mais ou menos uns 700 m para frente e não os 300 m que o staff estava informando, com isso largamos numa subida (tem cabimento isso? E não venham me dizer que não sabiam das obras, pois há meses que o local está em obras, ou seja, bem antes de se decidir pela realização da prova), mas antes da largada, vamos falar mais um pouco do local, era totalmente inadequado, a área estava mal e porcamente interditada, quem quisesse se aquecer tinha que usar ruas transversais que não estavam interditadas, uma verdadeira bagunça. E os banheiros químicos (quem me conhece sabe que não chamo esse negócio de banheiro químico, para mim, é um PINICÃO que, por vezes, nem químico não é, ainda bem que o sol não tinha mostrado seus poderosos raios, até a porta de um deles caiu no chão, e esse é o país que tem o descaramento de sediar, daqui a 2 anos e meio, uma Copa e, daqui a 4 anos e meio, uma Olimpíada, parece piada isso) que deveriam ser colocados afastados da área de concentração para a largada, entretanto, dividiam espaço com os atletas na largada. Pensei, meu Deus do céu, onde está a Federação de Atletismo do Estado? Mas ainda não acabou o dilema da largada, não. Quando deu 7h15, eu pergunto: Por que não houve a largada dos atletas com necessidades especiais? Na chegada eles foram premiados, então por que não largaram conforme previsto no regulamento? Isso é um total desrespeito.

Agora sim, vamos para a corrida. Pelo menos a largada foi no horário e subindo a ladeira do Saldanha da Gama, logo de cara, a placa do 1º km estava em torno de 260m à frente do previsto (como corri com Garmin com GPS, a margem de erro era de 14 m, então, com certeza não estava no lugar certo. E a partir daí, todas as placas estavam erradas, parece difícil acertarem esse negócio de placas nas corridas capixabas, hein! Justiça seja feita, exceto a Corrida da Garoto).

Continuando, chegou o primeiro ponto de hidratação, conforme o previsto no 3º km, um pouquinho só à frente, e assim seguiu nos próximos também, flutuando um pouco para lá, um pouco para cá, mas estavam logo depois das placas de 3, 6, 9, 12, 15 e 18 km, havia água gelada e quente em todos os postos. Agora, respondam uma curiosidade minha: - Será tão caro colocar uma garrafinha de 500 ml de isotônico no 12º km? (Vamos fazer as contas rapidinho: para 2.000 atletas, se nenhuma marca de isotônico quiser patrocinar o evento, nem que seja parcialmente, o mais caro que vai se comprar uma garrafa dessas deverá ser, estourando, R$2,00. Fazendo as contas e não esquecendo que foi distribuído isotônico na chegada, serão gastos R$4,00 por atleta, o que dá um resultado de R$8.000,00, será que a prefeitura de Vitória, na pessoa do secretário de esportes não pensou em cobrar isso da empresa que ganhou a licitação para realizar o evento, afinal de contas, um secretário de esportes e sua assessoria são profundos conhecedores da área que estão atuando – ESPORTES – e sabem disso, ou será que estou enganado. Ah! Sim, isso é Brasil, estava quase me esquecendo que quem exerce cargo público, ainda mais cargo de confiança, como é um cargo de secretário de governo, nem sempre é qualificado, quanto mais seus assessores. Foi mal! Cadê a Federação de Atletismo do Espírito Santo novamente? Eu vi gente com a camisa dela na chegada, hein!) Ainda bem que levei meu cinto de utilidades, digo, de hidratação e com isotônico.

Como era de imaginar, seria preciso ajustar a distância por causa da largada e, pelo visto, fizeram o ajuste entre o 4º e 5º km, adentramos na área do Sambódromo e chegando ao final, fomos empurrados mais um pouco a frente, até uma rotatória e voltamos, o detalhe que me chamou a atenção foi que o local do retorno não tinha o tapete para detecção do chip, provavelmente esse tapete estava no local onde deveria ter sido planejado inicialmente, se não tivessem mudado a largada de lugar, sendo assim, quem me garante que alguém não cortou caminho? Será que eu cortei? Ou você que está lendo? Complicado, hein!

O restante do percurso era conhecido do ano anterior, sem precisar entrar na ilha do frade – óbvio que nem previsto estava este ano no regulamento – mas as placas de quilometragem continuavam TODAS fora do lugar (efeito dominó). Pude ver o serviço médico com motos em ação, dando suporte,  mais ou menos no 18º km, a um atleta que estava passando mal, em seguida, uma ambulância passou e acredito que foi feito o resgate desse corredor, isso foi um ponto muito bom, inclusive, durante toda a corrida pude ver essas motos rodando para lá e para cá. Depois que passei o 20º km, avistei rapidamente o pórtico de chegada, olhei para o relógio, mas ainda faltava muito para ele parecer tão perto e, como era o esperado – afinal de contas ainda não tenho problema de vista, nem estava tão desidratado assim para ver uma miragem – passei na chegada com 20.890 metros da largada marcado no Garmin (acessem no site Garmin Connect). Mais uma vez fazendo as contas, diminuindo ou aumentando os 14 metros de margem de erro, o resultado não chega nem de perto dos 200 metros que faltavam. Na verdade, se as placas estavam 260 metros a frente da posição prevista, logo, a chegada deveria estar 260 metros mais os 200 metros que faltavam no Garmin, um total de mais de 500 metros a frente do controle de quem realizou o evento. Ainda mais que quando corro uma prova, procuro tangenciar nas curvas, por exemplo, na altura do Clube Pedro Álvares Cabral, muitos estavam indo para a sombra na calçada e ao lado do muro do clube e eu não, eu estava torrando os miolos no sol, passando rente aos cones no meio da avenida, sendo assim, se a marcação estivesse certa (e eu errado) era para dar a distância prevista, caso contrário (se eu quisesse sombra) era para dar mais que o previsto e não ao contrário como aconteceu.

Finalizando, passei na chegada e respirei, andei para lá e para cá, e fui voltando parcialmente a calma, ao sair da área cercada da chegada, recebi um kit de lanche de boa qualidade (maçã, isotônico –queeeeeeeeente -, água – essa estava gelada – e um suco de caixinha – queeeeeeeeeeente), mas que poderia ser melhor, juntamente com a medalha. Cabe um comentário: na arte de entregar a medalha, para alguém que se dispõe a correr, qualquer prova, existe uma diferença enoooooooooorme (desculpem exagerar nesses recursos “internéticos” para chamar atenção) entre dar a medalha e entregar a medalha, colocando no pescoço do atleta, é uma questão de respeito. Agora, justiça seja feita com as Óticas Guarapari, a camisa foi aquela lixa que falei, mas a entrega das medalhas foi a melhor de todas as corridas que participei. Diziam os Staffs das Óticas Guarapari: “Parabéééééns!” (e ao mesmo tempo colocavam a medalha no pescoço).


Minha nota para a 4ª Meia Maratona Volta da Ilha de Vitória foi 5,6 (olha que eu arredondei para cima), como gosto de estatísticas, fiz uma fórmula baseada no meu “achismo”, com os seguintes critérios de avaliação: para cada item faço uma menção (R – ruim, B – bem, MB – muito bem e E - excelente), cada uma somando 2,5 pontos com a anterior, depois é somado com os demais itens e dividido por 26 (é 26 por causa da soma dos pesos), enrolado isso não acham? Mas como disse, é o meu “achismo”. Aproveitei para colocar a nota do lado logo de uma vez, se alguém não entender eu mando por e-mail o desenho da fórmula (hehehe).
1.      Divulgação (peso 1); B
2.      Inscrição (peso 1); B
3.      Entrega do kit da corrida (peso 1); E
4.      Kit da corrida (peso 2); B
5.      Largada (peso 2); R
6.      Hidratação (peso 3); B
7.      Marcação da quilometragem (peso 2); R
8.      Assistência médica (peso 3); E
9.      Serviço de Staff (peso 2); B
10. Chegada (peso 2); B
11. Área de dispersão (peso 2); MB
12. Kit de hidratação pós-corrida (peso 3); B
13. Premiação e medalhas (peso 2). B



Amigos corredores ou não, obrigado pelo tempo que gastaram lendo este texto, como disse, minha ideia é contribuir sempre para a melhora de um dos mais democráticos esportes do mundo: a corrida.

Um pedido: aqueles que queiram fazer comentários nas redes sociais, antes façam aqui no blog, depois compartilhem nas redes, pois nem todos acessam a mesma rede. Quero deixar claro, que não excluirei nenhum comentário, mesmo aqueles que queiram me criticar, mas se houverem comentários que ofendam pessoalmente a minha pessoa ou qualquer outra que faça comentários aqui, esse tipo de comentário farei questão de excluir.

Marcelo Zani Garcia
Corredor Amador e dependente químico de endorfina.


P.S.: Até o final da semana publicarei, para quem interessar, como foi minha corrida km a km e mais alguma coisa. Aguardem!

4 comentários:

  1. GOSTEI MUITO DO SEU COMENTÁRIO, É DE PESSOAS COMO VC QUE NOSSAS CORRIDAS DE RUA ESTÃO PRECISANDO, POIS QUEM SABE ASSIM NÃO MELHORA. QUERO QUE VC SAIBA QUE TODOS POST SEU EU TEREI MAIOR PRAZER EM LER, POIS QUERO QUE SAIBA QUE NÃO É PERCA DE TEMPO. CONTINUE ASSIM. ABRAÇO. MILTINHO.

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  2. Permite uma sugestão?!?!
    Use o "BEM" ou "MUITO BEM", o invez de "BOM" ou "BOM" ou "MUITO BOM".
    Simples....bom é o contrário de "MAU", malvado, cruel. etc.
    Paulo H. Bianchi

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  3. hehehe! Vc e sua pitada bem vinda, já mudei!

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  4. boa a iniciativa do seu blog... estarei seguindo-o. Quanto à prova, como você mesmo disse, sua análise é subjetiva e passível de encontrar outras interpretações, mesmo assim, suas críticas foram louváveis e considero que, mesmo sendo uma prova paga (R$25,00), com certeza ela foi subsidiada pelo poder público, logo, é preciso termos a prestação de contas, pois a prova foi uma vergonha na organização e aposto que gastaram muito com ela!!! Kit péssimo, quilometragem errada, péssimo atendimento na área de saída pós-prova, falta de isotônico no trajeto, falta de banheiro no trajeto, enfim, uma tragédia. Eu não iria fazer a prova, pois estou p... da vida com as corridas organizadas pelo Carlos Fróes, são horríveis... mas, infelizmente, eu a fiz, pois tive que usá-la como treino de luxo para a maratona que vou fazer em janeiro próximo... Parabéns pela iniciativa novamente e aproveite e siga o meu blog também.

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